O escritor Martin Amis volta a Auschwitz num romance que é uma espécie de comédia/sátira do Holocausto. The Zone of Interest é sobre o quotidiano de uma vila habitada pelos familiares dos SS onde se exterminam judeus. Que linguagem para falar do absurdo? Ele explica numa conversa intimista com leitores sobre o romance que chega a Portugal na Primavera.
“Sabemos muito sobre como tudo foi feito, sobre como Hitler fez o que fez; mas parece que continuamos sem saber quase nada acerca do porquê. Porque é que ele fez aquilo?” A interrogação acerca das verdadeiras intenções que estiveram na origem do Holocausto, do que motiva alguém a empreender uma tarefa com aquela “dimensão de horror”, surge como uma das razões apontadas pelo escritor Martin Amis para, quase meio século depois, revisitar um território que já tinha explorado em Time’s Arrow, or the Nature of Offense (1991).
É o princípio de uma conversa sobre o seu mais recente romance, The Zone of Interest (Knopf), o seu 14º romance, uma espécie de comédia sobre o Holocausto que divide opiniões especializadas. Há quem o considere uma obra-prima, como o norte-americano Richard Ford, ou a crítica inglesa que o considerou o melhor livro de Amis em 25 anos, desde London Fields (1989); e também há quem, como Joyce Carol Oates nas páginas da New Yorker, o tenha achado superficial no modo como trata questões tão profundas como a desse “porquê”. A discussão sobre The Zone of Interest mantém-se viva meses antes do romance ser editado em Portugal, na próxima primavera, pela Quetzal.
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